Vivi uma cena inusitada hoje. Fui ao correio
enviar uma correspondência. Envelopei, fechei. Já estava tudo endereçado, no
envelope. Fiquei um pouco na fila. Aproximou-se um moço e me perguntou onde
consegui o envelope. Disse que havia trazido de casa. Disse também que tinha
mais um na bolsa, tirei-o e entreguei ao moço. Ele quis pagar, disse a ele que
não era nada. Não me agradeceu. Tudo bem!
Continuei na fila aguardando
o atendimento. Qual não foi minha surpresa, quando ele se aproximou de mim,
ficou ao meu lado, perguntou baixinho “O que escrevo aqui? Onde vai meu nome?
Onde vai o endereço para quem vou enviar?”
O envelope que dei a ele,
era daqueles brancos, retangulares, com detalhes laranja, na frente, onde
estava escrito “Remetente:, espaços quadriculados para o CEP”, no verso o
espaço para o endereço do destinatário,
sem nada escrito, somente os quadriculados para o CEP.
O rapaz em questão
aparentava ter pouco mais de vinte anos.
Por que conto isto aqui?
Porque os jovens têm ao seu dispor tanta informação na internet, no celular,
iPad, iPod, i isto e i aquilo. Com tanto informação circulando e eles não sabem
coisas, que para nós, com pouco mais de quarenta, aprendíamos na escola e no
cotidiano.
Atualmente as pessoas não
aprendem coisas básicas, porque acham que não vão precisar. Não sabem endereçar
corretamente um envelope, porque nunca aprenderam a escrever cartas,
envelopá-las, endereçá-las e postá-las no correio.
Não se aprende mais a
preencher cheques, porque existem, nos supermercados, as máquinas que fazem
isto. Mas e quando esta máquina não funciona, o que se faz? Chama-se o “frente
de caixa” ou outra pessoa qualquer que saiba fazê-lo. Já presenciei esta cena
em um grande supermercado. Antes de nós estava um casal passando suas despesas,
quando a máquina encrencou ao tentar preencher o cheque. Não adiantou os
esforços da moça responsável pelo caixa. A conta dava um valor “quebrado”, algo
como um mil e trezentos e quarenta reais e trinta e cinco centavos. Não me
lembro o valor exato. O caixa não conseguiu escrever por extenso o valor do
cheque!
Nos livros didáticos de
Português se ensinava isto no conteúdo da quinta série. Poderia não ter muita
lógica ensinar isto para uma criança, mas elas aprendiam a escrever os numerais
por extenso e também a utilizar isto na prática, mesmo que fosse uma simulação
de uma situação real.
Que mais será que não
ensinamos por achar, que o aluno ou nosso filho nunca vai precisar?
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